A história
"Se esta missiva fosse escrita por Francisco Lopes de Azevedo Velho da Fonseca Barbosa Pinheiro Pereira e Sá Coelho (1809-1876), 1º Visconde e 1º Conde de Azevedo, ele desculpar-se-ia da má letra, porque, como tudo o que pretendia que fosse mais secreto, escreveria pelo seu punho. Bibliófilo, privava com escritores e eruditos. Camilo Castelo Branco era um dos que integrava o seu círculo, admirava-o até, e a correspondência que trocaram acabaria por ser publicada, sob o título “Cartas Inéditas de Camilo Castelo Branco ao 1º Conde de Azevedo” (Coimbra Editora, 1926). O título de Visconde deveu-se em parte à sua bagagem cultural, que o tornava respeitado até pelos seus opositores, a outra parte por ser um abastado proprietário. O título de Conde chegaria poucas semanas antes de falecer. E aos seus haveres juntou o edifício nobre, no antigo Largo de Santo António do Penedo, atualmente, Rua Saraiva de Carvalho, no centro do Porto. Por isso, só podia levar o seu nome.
Os elementos neoclássicos e barrocos misturam-se fruto das intervenções no edifício, mas estão presentes na fachada, na escadaria, no lavabo com carranca na cozinha, no chafariz, e remontam à origem da construção do edifício, no século XVII, assim como o conjunto de azulejos, que chegaram bem conservados ao século XXI. Há outros elementos que lhe conferem distinção, tais como o corrimão de cantaria de modelo neoclássico e os vidros coloridos do período romântico, por obra do Conde, que aqui residiu, por volta de 1850 e que procedeu a uma intervenção profunda para o melhorar."